no meio de tanta recordação que ficou de ti, encontrei hoje as tuas coisas. Numa caixa que pensei ter perdido, sentei-me no chão junto á janela e comecei por lhe limpar o pó e a perguntar-me o que estaria lá dentro, daquela tão pequenina caixa cor de rosa feita de cartão e tecido. Abri-a e a minha primeira reação foi de espanto, pensei que tinha perdido todas aquelas coisas que restavam de ti, pensei que as tinhas levado contigo. Fechei os olhos e foi inevitável não lembrar-me de tudo o que era teu, de tudo o que era nosso, de todas aquelas pequenas coisas que me fizeram feliz ao teu lado. Abri os olhos, com lágrimas quase a escorrerem-me pela a cara, fechei a caixa, contive-me e guardei-a num lugar longe onde não a pudesse ver e reencontrá-la porque o que lá vai lá vai, e tu fizeste e vais fazer sempre parte de um passado onde eu fui feliz e infeliz ao mesmo tempo!
